Revisão do BlazBlue: Continuum Shift II

Revisão do BlazBlue: Continuum Shift II

Antes da Capcom dar uma nova vida ao gênero de jogo de luta 2D com o excelente Street Fighter IV em 2009, Arc System Works permaneceu por mais de 10 anos uma das poucas casas a se concentrar neste gênero com a esplêndida série Guilty Gear, nascida no PSX e posteriormente exportado para PC, Dreamcast, PS2, PSP e Nintendo Wii. Mas quando se tratou de dar o salto para as plataformas da próxima geração, os caras da ASW, cientes do fato de que a complexidade do sistema de jogo Guilty Gear vinha crescendo a cada atualização da franquia e que agora representava um verdadeiro tropeço bloco para iniciantes, eles decidiram abandonar a agora famosa marca e criar uma nova franquia de luta do zero. Em 2009, a ARW lançou o novo BlazBlue: Calamity Trigger no PC, PS3 e Xbox 360, obtendo sucesso imediato entre a imprensa especializada e os fãs de jogos de luta. No ano seguinte, BlazBlue chega ao mercado: Continuum Shift para as mesmas plataformas, que atualiza o conteúdo do título anterior, sem perturbá-lo; este ano, no entanto, a série chega pela primeira vez a uma plataforma Nintendo, com mais uma atualização para 3DS e PSP chamada Continuum Shift II.



A roda do destino está girando!

Comparado com a versão anterior, BlazBlue: Continuum Shift II basicamente contém todos os personagens DLC, dois novos caminhos para o modo de história, o novo modo Abyss (que iremos detalhar mais tarde) e alguns ajustes de equilíbrio menores. A fórmula básica, por outro lado, mantém-se inalterada, consistindo num sistema de combate complexo mas acessível e uma atenção particular ao sector audiovisual. O jogo apresenta-nos a escolha entre usar um sistema de combate simplificado, denominado “estiloso” ou usar a abordagem “técnica” canónica. Se o primeiro pode ser uma boa escolha para enfrentar o título sem muitas preocupações, no final das contas a experiência de jogo é absolutamente melhor com o segundo, que nos oferece um estilo diferente para cada um dos 18 personagens do jogo. Cada personagem tem um ataque fraco, um intermediário e um forte, além de um ataque especial denominado "traço". Os primeiros 3 ataques são, com as distinções necessárias, quase semelhantes entre os vários personagens, embora seja precisamente o ataque de colisão que é completamente único para cada lutador: alguns serão de curto alcance, outros de longo alcance, alguns irão sugar a energia do oponente, outros irão se encadear em combinação com ataques canônicos, e assim por diante. Cada ataque pode ser lançado em uma versão baixa, média ou alta, dependendo da pressão de uma direção da cruz direcional em vez de outra, e cada personagem terá sua própria série de combos muito pessoais.



Este sistema é complementado pelo conceito de “cancelar”. Um Cancelar é um movimento que interrompe a animação de esfriamento de um movimento, permitindo que você ataque rapidamente enquanto ignora o esfriamento de um determinado movimento. Cada personagem pode inserir Cancela em momentos específicos de seus combos, alterando-os, alongando-os, criando combinações mortais ou, dependendo do caso, interrompendo um ataque já destinado a falhar ou desfilar.

Para completar, existe o habitual arsenal de defesas, lançamentos, jogadas e finalizações especiais, mais uma vez único para cada personagem. Um longo e exaustivo tutorial do jogo tem a tarefa de fornecer ao jogador todas essas informações e prepará-lo para táticas complexas nas quais é importante levar em conta o tempo, a amplitude de ação e assim por diante.

Os outros modos de jogo disponíveis são Arcade, Story, Versus, Score Attack, Training, Challenge e dois modos de jogo curiosos chamados Abyss e Legion 1.5.

O modo Abyss consiste numa espécie de modo de sobrevivência, com elementos de RPG, no qual terá de enfrentar 999 batalhas sucessivas, subindo de nível a cada encontro. Em vez disso, na Legião 1.5, teremos que gerenciar um grupo de personagens em um mapa, planejando cada batalha com cuidado, dada a ausência de recuperações entre uma batalha e a seguinte. Existe também um modo Rede mas, ao contrário do que o nome sugere, não permite confrontos com outros jogadores online, mas apenas em Wi-Fi local: uma pena, considerando que todos os outros jogos de luta no 3DS oferecem esta opção. .

Lost in Translation

Do ponto de vista gráfico, BlazBlue mantém a grande atenção aos detalhes, ao estilo e às animações muito fluidas dos sprites 2D que já caracterizavam Guilty Gear. Nesta versão portátil, porém, se por um lado as animações dos personagens foram fielmente transpostas, o mesmo não se pode dizer dos cenários, espasmódicos, lentos, às vezes inexistentes. Os próprios cenários perderam muitos detalhes na transposição e parecem um tanto desbotados.



Nesta versão 3DS é possível ativar a opção de visualizações 3D estereoscópicas: neste modo o jogo oferece os personagens em um plano mais próximo do observador e os cenários em um ou mais planos distantes. A ideia em si é boa, mas a realização é pobre e, para piorar, ter os cenários em vários andares às vezes distrai o jogador da luta, sem falar que muitas vezes há lentidões irritantes.

O áudio infelizmente sofre destino semelhante: a música do jogo, composta pelo talentoso Daisuke Ishiwatari, por si só é excelente, porém sai dos alto-falantes do console portátil distorcida, coaxando, em baixa qualidade. E o mesmo acontece com a dublagem, que ainda sofre de problemas de volume, às vezes muito alto, às vezes muito baixo. O jogo apresenta dublagem em inglês e japonês, mas ambos sofrem desse problema. Uma verdadeira vergonha, porque tanto o modo História longa e articulada quanto os outros modos do jogo são completamente dublados. Outro ponto preocupante é o idioma do texto do jogo, disponível apenas em inglês, japonês, coreano e chinês, sem nenhum vestígio de outras línguas europeias.


Veredicto 7/10 Não é a melhor maneira de aproveitar a pérola do Arc System Works. Comentário Com BlazBlue: Continuum Shift II estamos claramente diante de um caso clássico de portabilidade rápida: o material inicial é ótimo, desde a jogabilidade até chegar ao modo de história enorme e a inclusão da faixa de áudio original. No entanto, na transição para plataformas portáteis, muito se perdeu do ponto de vista gráfico e sonoro, para não falar das preocupações levantadas durante a revisão sobre a localização europeia. Finalmente, a ausência de multiplayer online pesa como uma pedra no julgamento final, sendo completamente inaceitável para um jogo de 2011. Qualquer pessoa interessada na série BlazBlue faria bem em considerar comprá-lo para uma plataforma diferente, deixando isso como último recurso. Mesmo a versão PSP é preferível à 3DS, quer por uma posição mais natural da cruz direccional, quer porque, dependendo da loja, é vendida entre 10 a 15 euros menos que a contraparte nintendara. Por estas razões, a pontuação da versão PSP deve ser considerada meio voto acima da do 3DS. Prós e contras Jogabilidade profunda e técnica
Estilisticamente satisfatório
Rico em modalidades e conteúdos x Setor audiovisual castrado
x Ausência de multijogador online
x Falta de localização em espanhol


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